Comida de
criança é coisa séria e nesse final de semana fiquei pensando sobre isso. O que comemos quando
criança forma não só nosso paladar, mas também o nosso estilo de vida. Lá em casa
fomos criadas com angu, feijão, verdura, uma carninha ensopada e muitas frutas,
colhidas logo ali em nosso quintal. Tinha fruta do conde, laranja serra d’água,
abacate, banana, limão, amora, goiaba e cana-de-açúcar. Tenho certeza que se
perguntar para minhas irmãs, elas irão se lembrar de cada detalhe do nosso
quintal, assim como do sabor dessas delícias.
Levamos essa criação para nossas vidas. Desde o respeito e
cuidado com o alimento até o prazer de saborear as coisas simples. Características
que não consigo reconhecer facilmente nas crianças de hoje, hipnotizadas por um copo de refrigerante ou um saco daqueles biscoitos
fedorentos. Não quero ser hipócrita em dizer que não como uma porcaria de vez
em quando (olá TPM!), mas o que acho preocupante é a inversão de valores do que
é exceção e regra. Tem uma turminha aí que nunca deve ter experimentado taioba, chuchu
e quiabo. Ingredientes que são, simplesmente, minhas maiores paixões à mesa.
Um exemplo disso tudo é Bela Gil. De vez em quando entro na
página do Facebook dela só para acompanhar a discrepância de comentários. Tem gente
que entende a proposta de trabalho dela, aprende, adapta e, de alguma forma,
busca melhorar a alimentação. Em contrapartida, tem gente que só falta chamar a
moça de coisa ruim. Vejo essa reação como um simples reconhecimento de que ela
está certa, que você – reclamão - come muito mal e não tem disposição para
mudar.
Enfim, o dia que todos entenderem a importância de uma
alimentação saudável o mundo será bem mais lindo. Digo isso porque alimentação
saudável inclui tudo, como se preocupar com a cadeia produtiva, com o lixo que
você gera e, essencialmente, com aquilo que come.
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