É praticamente impossível pedir um petisco em Belo Horizonte
que não venha acompanhado de pimenta biquinho. Assim como alguns restaurantes
gostam de despejar cheiro verde para enfeitar seus pratos, alguns bares fazem esse
uso com a pimenta biquinho. Confesso que não está entre as minhas preferidas, talvez
por esse excesso. Contudo, gosto quando ela faz parte da composição de um prato,
quando os sabores combinam e não quando está ali só por enfeite.
Para o chef Rubens Beltrão, do Antica Trattoria, a
potencialidade dessa pimenta é enorme, já que ela possui aroma de pimenta e não
é forte, podendo, inclusive, ser usada em doces, “pena que a maioria das pessoas a utilizam
mais como enfeite”. Já o chef paulistano
Guga Rocha mostra que o sabor da biquinho pode ser usado de formas diversas, como
parte da receita. “Por exemplo, uso muito no tartar, agregando um sabor muito
particular ao prato”.
Sua pimenteira é muito usada como planta ornamental e tem
seu charme. Mas penso que os itens colocados em um prato devem ser harmônicos ao
paladar e não existir somente para decoração. Chamada também de pimenta doce, é reconhecida como parte da cultura de Minas
Gerais. Precisamos manter esse título, mas com propriedade gastronômica.
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