Pular para o conteúdo principal

Cachaça é amor


Sempre fui fascinada por cachaças. Não muito pelo sabor delas, confesso, pois ainda estou aprendendo a apreciar. Meu fascínio vai muito além. Gosto da história, do ritual e da cultura que a branquinha representa. Amo visitar alambiques e cachaçarias com aquele perfume de cana fresquinha no ar. Adoro também os causos que sempre surgem em sua companhia. Enfim, a admiração é tanta que tenho uma coleção “a meia” com meu pai: vou adquirindo as garrafas por onde passo e ele fica responsável em guardar e experimentar cada uma. Desde que começamos percebo que nós dois mudamos, a cada novo rótulo, nossa relação com a cachaça. Estou me rendendo mais e ele apurando o paladar.

E dentro desse contexto, preciso falar de uma em especial, a Cachaça do Pontal, de Pirapora. Ano passado estive por lá para fazer uma matéria e conheci tim tim por tim tim da produção. Fiquei encantada com o trabalho sério e apaixonado do casal Carlos e Alessandra. É um brilho nos olhos, uma satisfação pelo que fazem que você se rende rapidinho a todo o clima na cachaçaria. E dessa visita nasceram parcerias, amizades, troca de conhecimento e muito carinho. O exemplo melhor foi a presença deles - representados pelas cachaças Pontal Clássica, Ponta Ouro e Pontal Chérie – em meu casamento. Além de me sentir honrada com esse presente, meus convidados simplesmente amaram as cachaças. Agora a Pontal faz parte, oficialmente, da minha história. 

Comentários

Alessandra Duarte disse…
Privilégio, poder fazer parte da sua belíssima história!

Postagens mais visitadas deste blog

Assa peixe em Sabará

No final de novembro do ano passado estive em Sabará, bem pertinho da capital mineira, para participar do 27º Festival da Jabuticaba. Na época estava em uma correria e acabei não falando uma linha sobre o assunto aqui no blog. E agora vasculhando alguns arquivos achei um material bacana, receitas e dicas que vale contar para vocês. Além de servir de inspiração para participar do próximo festival, a cidade merece ser visitada sempre, pois os produtores artesanais, restaurantes e cozinheiros estão preparados para receber o ano todo. Para começar, preciso contar a minha maior surpresa por lá, o assa peixe frito. É feito pelo cozinheiro Manoel Ferreira, que trabalha no restaurante do Parque Quinta dos Cristais . Ele conta que aprendeu a cozinhar com a mãe, que o ensinou não só o ofício, mas também o prazer em degustar e identificar os sabores presentes em cada garfada. Para quem não conhece (assim como eu não conhecia), o assa peixe é uma urtiga, muito usada como planta medici

Lenda do bacuri

Outra lenda interessante é sobre a origem do bacuri. Dizem que, certo dia, na floresta, apareceu a cabeça de um índio caxinauá, que havia sido degolado por um de seus companheiros. A cabeça aterrorizava a tribo com exigências que deveriam ser cumpridas para evitar que não lhes fosse tirada a vida. Todos deviam buscar, na floresta, um fruto amarelo escuro e manchado, com casca dura e uma polpa deliciosa, vindo de uma árvore cheia de flores avermelhadas. Os índios obedeceram às ordens por muito tempo até que um dia alguém resolveu experimentar o fruto, sendo seguido por todos os outros índios. A cabeça ficou muito brava e se transformou na Lua. Depois disso, sempre que comiam a fruta, davam as costas para Lua.

Olhos de guaraná

Muitas frutas típicas do Brasil foram descobertas pelas mãos dos índios, o que explica as lendas contadas sobre a origem de algumas. O guaraná , por exemplo, é campeão de histórias que explicam sua existência. Em uma dessas, conta-se que havia um casal de índios na selva, que sonhavam em ter um filho. Até que Tupã , o deus dos deuses, concedeu a eles um filho perfeito. O menino era esperto e inteligente, sabido de todas as coisas. Contudo, para protegê-lo, os pais não lhe contaram sobre o segredo de Jurupari , um espírito do mal, que podia se transformar em qualquer coisa. Atiçado pela bondade do menino, Jurupari resolveu tirar-lhe a vida. O espírito do mal se transformou em serpente e, como todas as criaturas da mata eram afeiçoadas ao menino, ele não se intimidou diante do animal, que acabou por picá-lo. Ao encontrarem o menino viram que ele estava morto, com os olhos virados para trás. A floresta se abateu com tanta tristeza e, no meio do desespero, ouviu-se um trovão d