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Saia do balaio


Não há um seminário, discussão, debate e demais manifestações gastronômicas que não evoque a gastronomia brasileira por aqui ultimamente. Virou tema certo para muitos, diria até, quase todos. Não discordo, de modo algum. Acho sim que a gastronomia brasileira deve ser elevada ao patamar mais alto, levando junto a mineira, baiana, amazonense e todas mais de nosso país. No entanto, acho que poucos estão fazendo por onde.
Mas será que lutar é falar de um produto aqui, resgatar uma receita ali? Por exemplo, eu, que não me excluo dessa, leio revistas especializadas, sites e blogs de gastronomia, acompanho eventos, festivais, debates, enfim, tento estar por dentro do assunto. Mas até que ponto contribuo efetivamente e até que ponto poderia contribuir com essa história toda? E adiante tem os chefs, as empresas, o governo, a mídia e mais uma sociedade inteira, todos no mesmo balaio de mesmice e reproduções belas de discursos velhos.
Fico com a sensação que está faltando um Einsten na gastronomia, aquele que irá surgir com uma ideia genial e transformar todo um pensamento. Fico com a impressão de termos vários Enistens precisando de incentivo e coragem para expressarem as tais geniais ideias. Fico com o receio de que alguns até querem, mas, de alguma forma, são impedidos de falar. Fico com a certeza de que algo precisa acontecer. Já!

Ardida: Boicote ao balaio?

Comentários

Ana Rosa disse…
Oi Mari, a luta é sair do balaio!! Abraços querida...
Cris Souza disse…
Muito ardida Mariana, precisamos apimentar bastante para ver se adianta algo né..

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Assa peixe em Sabará

No final de novembro do ano passado estive em Sabará, bem pertinho da capital mineira, para participar do 27º Festival da Jabuticaba. Na época estava em uma correria e acabei não falando uma linha sobre o assunto aqui no blog. E agora vasculhando alguns arquivos achei um material bacana, receitas e dicas que vale contar para vocês. Além de servir de inspiração para participar do próximo festival, a cidade merece ser visitada sempre, pois os produtores artesanais, restaurantes e cozinheiros estão preparados para receber o ano todo. Para começar, preciso contar a minha maior surpresa por lá, o assa peixe frito. É feito pelo cozinheiro Manoel Ferreira, que trabalha no restaurante do Parque Quinta dos Cristais . Ele conta que aprendeu a cozinhar com a mãe, que o ensinou não só o ofício, mas também o prazer em degustar e identificar os sabores presentes em cada garfada. Para quem não conhece (assim como eu não conhecia), o assa peixe é uma urtiga, muito usada como planta medici

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