Há um ano escrevi um livro para minha avó. Uma publicação única, só para ela, mostrando o quanto sou grata por ter me ensinado o amor pela cozinha. Hoje, dando uma olhada nesses arquivos, decidi publicar as crônicas e receitas aqui no blog, só para vocês também se apaixonarem por ela.
Primeira lembrança inventada
A ideia de começar a escrever sobre vovó veio da vontade de puxar no fundinho da memória minha primeira lembrança com ela. Sempre admirei contadores de casos que relatam fielmente sua primeira experiência na cozinha, mesmo que vivida no auge dos seus quatro anos de idade. A primeira coisa que me pergunto é sobre a possibilidade de lembrarmos coisas passadas quando somos tão pequenos.
Uma pesquisa rápida na internet me conta, com toda sua sabedoria, que realmente é possível lembrar daquilo que aconteceu nessa idade. Invejo um pouco essa habilidade, porque eu realmente não consigo. Já meditei, pensei, imaginei, mas não me lembro. Menos ainda sei se a minha primeira experiência na cozinha foi com vovó, acho mais provável que tenha sido com minha mãe.
Depois de ter a certeza dessa falta de lembrança e aceitar que minha memória não é nenhum exemplo de eficiência, passei a criar minha própria “primeira experiência na cozinha com vovó”. Algumas receitas me fazem viajar pelo tempo e começo a lembrar das que mais fizemos na minha pequena idade, mesmo que não sejam efetivamente nos tais quatro anos. Broa de amendoim é das preferidas, mas não das primeiras. Biscoito de polvilho frito sempre foi o mais pedido pelos netos, mas muito perigoso para participarmos. Pizza é a mais emblemática, mas dessa tenho a lembrança exata e não foi nessa idade.
Depois de algum tempo vagando na memória e ficando com água na boca de saudade, eis que me lembro de uma cena corriqueira, mas forte candidata à primeira lembrança: rosquinha de nata. Dedos pequenos e sem jeito para enrolar insistiam uma tarde inteira até conseguir trançar algumas rosquinhas. Algumas formas especiais também eram trabalhadas, como coração e a letra M.
Enquanto vovó montava uns cinco tabuleiros lotados das mais lindas e padronizadas rosquinhas, eu tinha o meu pequeno tabuleiro para completar. A massa ficava até um pouco escura, de tanto manipular, ou melhor, brincar. Vovó não ligava, pelo contrário, ria. Pois bem, fica então decidido que essa é a minha primeira lembrança na cozinha dela. Confesso que agora até acredito que possa mesmo ter sido. Senão a rosquinha, o seu sorriso.
Rosquinha de Nata
Ingredientes
4 colheres de sopa açúcar
1/2 xícara de chá leite
1 xícara de chá nata
2 ovos
1 pitada de sal
1 colher de sopa sal amoníaco
Farinha de trigo até dar o ponto
Modo de preparo
Desmanchar o sal amoníaco no leite. Acrescentar os demais ingredientes e adicionar a farinha até que a massa adquira consistência. Sovar delicadamente. Enrolar as rosquinhas e levar para assar em forno pré-aquecido.
Primeira lembrança inventada
A ideia de começar a escrever sobre vovó veio da vontade de puxar no fundinho da memória minha primeira lembrança com ela. Sempre admirei contadores de casos que relatam fielmente sua primeira experiência na cozinha, mesmo que vivida no auge dos seus quatro anos de idade. A primeira coisa que me pergunto é sobre a possibilidade de lembrarmos coisas passadas quando somos tão pequenos.
Uma pesquisa rápida na internet me conta, com toda sua sabedoria, que realmente é possível lembrar daquilo que aconteceu nessa idade. Invejo um pouco essa habilidade, porque eu realmente não consigo. Já meditei, pensei, imaginei, mas não me lembro. Menos ainda sei se a minha primeira experiência na cozinha foi com vovó, acho mais provável que tenha sido com minha mãe.
Depois de ter a certeza dessa falta de lembrança e aceitar que minha memória não é nenhum exemplo de eficiência, passei a criar minha própria “primeira experiência na cozinha com vovó”. Algumas receitas me fazem viajar pelo tempo e começo a lembrar das que mais fizemos na minha pequena idade, mesmo que não sejam efetivamente nos tais quatro anos. Broa de amendoim é das preferidas, mas não das primeiras. Biscoito de polvilho frito sempre foi o mais pedido pelos netos, mas muito perigoso para participarmos. Pizza é a mais emblemática, mas dessa tenho a lembrança exata e não foi nessa idade.
Depois de algum tempo vagando na memória e ficando com água na boca de saudade, eis que me lembro de uma cena corriqueira, mas forte candidata à primeira lembrança: rosquinha de nata. Dedos pequenos e sem jeito para enrolar insistiam uma tarde inteira até conseguir trançar algumas rosquinhas. Algumas formas especiais também eram trabalhadas, como coração e a letra M.
Enquanto vovó montava uns cinco tabuleiros lotados das mais lindas e padronizadas rosquinhas, eu tinha o meu pequeno tabuleiro para completar. A massa ficava até um pouco escura, de tanto manipular, ou melhor, brincar. Vovó não ligava, pelo contrário, ria. Pois bem, fica então decidido que essa é a minha primeira lembrança na cozinha dela. Confesso que agora até acredito que possa mesmo ter sido. Senão a rosquinha, o seu sorriso.
Rosquinha de Nata
Ingredientes
4 colheres de sopa açúcar
1/2 xícara de chá leite
1 xícara de chá nata
2 ovos
1 pitada de sal
1 colher de sopa sal amoníaco
Farinha de trigo até dar o ponto
Modo de preparo
Desmanchar o sal amoníaco no leite. Acrescentar os demais ingredientes e adicionar a farinha até que a massa adquira consistência. Sovar delicadamente. Enrolar as rosquinhas e levar para assar em forno pré-aquecido.
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